segunda-feira, 4 de julho de 2011

trecho de "Narciso e Goldmund" - Herman Hesse (2)

''Ah! tudo era compreensível e contudo triste, embora belo. Ninguém sabia nada. Vivia-se por este mundo afora, ou cavalgava-se pela florestas e muitas coisas nos olhavam de maneira tão desafiadora, com promessas, ou provocando saudades: uma estrela durante a noite, um campânula azul, um lago de um verde como o dos canaviais, o olho de um ser humano ou de uma vaca; às vezes parecia que algo nunca visto, porém longamente desejado, ia de repente acontecer, como se fosse cair um véu diante de todos; depois passava tudo isso. Nada acontecia, o enigma não era decifrado, o encanto secreto não se desfazia; finalmente ficava-se velho, manhoso como o Padre Anselmo, ou então prudente como o Abade Daniel, sempre sem saber nada, esperando e à espreita."

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